
Revela o secretário que, para atender reivindicações pontuais de outros setores culturais, está redigindo um documento em que propõe discutir questões como a “hegemonia da cultura do homem do campo”, que, segundo ele, é metonímia.
A notoriedade da cultura campeira, seja pelas artes ou pelas festividades (rodeios, festivais, feiras) se dá em virtude da competência dos artistas e administradores dessa área. Houve tempo em que essa manifestação agonizava no ostracismo. Face ao trabalho competente e belo de artistas, intelectuais e abnegados, o que era considerado “coisa de grosso” ganhou os palcos e as ruas e hoje acompanha uma multidão de pessoas que assumem e vivenciam o nosso folclore. No artesanato, na pintura, nos carros – ouvindo música gaúcha -, nos bailes, ou nos shoppings – tomando mate.
A cultura rural não tomou espaço de ninguém. Conquistou o seu. Com talento e eficiência. Não há hegemonia nem metonímia. Há trabalho, dedicação e aceitação popular. E esse trabalho que tanto frutos trouxe à cultura rural deve servir de exemplo. Os resultados positivos devem causar orgulho, não ressentimentos e suposições de antagonismos.
O que realmente é necessário, e o Rio Grande do Sul há muito clama por isso, é o surgimento, na administração pública, de pessoas competentes e de visão larga que, sem mexer no que está dando certo, encontrem soluções para as áreas desprestigiadas ou em dificuldades. Para plantar açucenas não é necessário pisar nas rosas.
Publicado na coluna de João de Almeida Neto. Fonte: Todo o dia On line.
Nenhum comentário:
Postar um comentário