sexta-feira, janeiro 21, 2011

Versos - O Cancioneiro Guasca. Simões Lopes Neto


Eu não sou filho daqui,
sou filho de lá de fora;
ando cumprindo o meu fado;
acabando, vou-m’embora.
Sereno da madrugada,
serenai por onde eu vim!
Não quero que ninguém saiba
novas nenhumas de mim!
Me vou amanhã embora,
sozinho, sem mais ninguém,
quem não me conhece chora...
Quanto mais quem me quer bem...! (p.38-39)
Eu me despeço tristonho
como as folhas, nos temporais,
que se despregam dos ramos;
- Adeus! Para nunca mais! (p.101)
Eu sou como as folhas secas
dos troncos abandonados;
entregue à má lei do fado,
meus gostos estão findados (p.96).
Eu tenho um só coração:
você tem dois, talvez três;
quem tem um só coração
não faz o que você fez. (p.66)
Quando pensei que tu eras
a coluna da firmeza...
És a pessoa mais falsa,
que criou a natureza! (p.94)
Não me fale em seu amor,
nem que seja por brinquedo;
de amor falso e lisonjeiro,
toda a vida tive medo. (p.95)



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